terça-feira, 5 de junho de 2012

Manifestação ilegal de 250 mil sacode a sociedade de Quebec



Publicamos relato da grandiosa manifestação ocorrida em Quebec na semana de 22 de maio. Jovens e trabalhadores, lado a lado, ombro a ombro desrespeitaram as ordens da polícia e romperam com as proibições impostas pelo governo. Em Quebec existe a lei 78 que proíbe aglomerações de mais de 50 pessoas e protestos a menos de 50 metros das faculdades e universidades. As manifestações ignoraram essa lei.

 
A grandiosa manifestação em Quebec
Isa Al-Jaza’iri

No dia 22 de maio, vimos o maior ato de desobediência civil da história do Canadá. Entre 250 e 350 mil jovens e trabalhadores saíram às ruas de Montreal e abertamente desafiaram a lei de emergência que requer aprovação da polícia de rotas de protesto com antecedência de oito horas. A “rota oficial”, permitida pela polícia, foi desobedecida; a multidão se afastou dela, seguindo seu caminho sem pedir licença.

A multidão era enorme, e facilmente quebrou os recordes anteriores estabelecidos nas manifestações de 22 de março e 22 de abril, mostrando que este movimento começa a penetrar nas mais amplas camadas da sociedade quebequense. A aposta de Jean Charest de que o movimento poderia ser detido pelos cassetetes da polícia e pelos poderes de emergência lhe saiu pela culatra de forma deplorável.

Na semana passada, o premier Jean Charest anunciou a Lei 78. Uma lei que ataca o direito de protesto dos estudantes e trabalhadores. Esta lei proíbe protestos a menos de 50 metros das faculdades e universidades, institui pesadas multas para quem interrompa as aulas, e proíbe que se congreguem mais de 50 pessoas sem permissão da polícia. A lei visa reduzir o direito à greve dos estudantes. Esta lei se compara às leis anteriores impostas aos trabalhadores em greve de Canada Post e Air Canada, forçando-os a voltar ao trabalho e também removendo o seu direito de ir à greve.

Infelizmente para o primeiro ministro de Quebec, impor esta lei não é tarefa fácil. Durante meses, o movimento já anulou e esvaziou os mandados judiciais através de ações de massas. Era inevitável que esta lei provocasse o mesmo tipo de descontentamento.. CLASSE, a principal união estudantil que organiza a greve, respondeu nesta segunda-feira com uma conferência de imprensa anunciando que estava apelando à desobediência civil e que seus porta-vozes estavam decididos a ir para a cadeia por lançar este apelo.

A massiva participação registrada no dia 22 de maio mostra como a imposição da Lei 78 tem realmente dado uma nova vida ao movimento estudantil. A posição do governo de Charest de “defender a ordem” tinha ganhado algum terreno no período anterior, em especial depois que bombas de fumaça foram lançadas no Metrô por um pequeno grupo de indivíduos. Esta lei de emergência expôs completamente as verdadeiras intenções do governo. A maré mudou muito rapidamente – o governo perdeu apoio nas últimas pesquisas de opinião e, ontem, os protestos se transformaram em um gigantesco oceano de gente.

Charest estará agora sob a pressão de duas vertentes dentro de seu partido. Haverá quem argumente que esta manifestação deve receber as penalidades previstas, senão estará mandando uma mensagem que a lei não tem o menor sentido. Haverá outros que argumentem que qualquer tentativa de penalizar CLASSE seria uma loucura, que isto somente iria fortalecê-la e exporia a natureza antidemocrática da lei. O primeiro ministro está paralisado. Não há saída fácil para ele.

Este é o momento de se aproveitar a vantagem e ir à ofensiva. Esta manifestação foi uma vitória importante que destruiu as tentativas de se pintar o movimento como isolado e de torná-lo ilegal.  Enquanto o inimigo está desorientado, agora é hora de avançar! Ontem, vimos milhares de trabalhadores se juntarem à manifestação. Os sindicatos mobilizaram seus filiados para participar.

O Sindicato dos trabalhadores de STM (que representa os trabalhadores do trânsito de Montreal) tomou ontem a decisão de não permitir que os ônibus do transporte público sejam usados para movimentar a polícia antimotim e seus prisioneiros em torno de Montreal. O Sindicato dos Enfermeiros comparou a lei com a legislação de volta ao trabalho (uma espécie de interdito proibitório brasileiro - nota do editor) que lhes foi imposta pelo governo PQ [Parti Québécois – Partido Quebequense –NT] em 1999. O Sindicato dos Professores teve o seu direito de greve suspenso em 2005. As regulamentações atuais proíbem greves de solidariedade, greves políticas e piquetes em frente às entradas do local de trabalho. Esta luta necessita ser transformada em uma grande luta contra todas as restrições ao direito de greve.

Na semana passada, CSN (o sindicato dos trabalhadores do setor público) votou por unanimidade em seu congresso pela reafirmação do mandado do sindicato para uma greve social e apelou por uma mobilização em massa para defender seus aliados na sociedade, referindo-se ao movimento dos estudantes. Este é um claro passo a frente. Agora, isto precisa se disseminar por todos os sindicatos que participaram na manifestação, e por todos os sindicatos vítimas destes tipos de restrições antidemocráticas.

Os estudantes precisam aproveitar estas oportunidades e ir às fábricas. É urgente agora ir aos locais de trabalho, conversar com os trabalhadores e pedir-lhes para reunir assembleias gerais para a discussão de uma greve geral de 24 horas. Os estudantes levantaram as esperanças da classe trabalhadora, agora é hora de pedir-lhes para entrar na luta de forma organizada.

Juntos, os estudantes e os trabalhadores podem derrubar este governo.
“Charest: cai fora! Vamos lhe dar um emprego no Norte!”

Fonte: Fightback (Canadá), da seção Canadense da Corrente Marxista Internacional

Traduzido por Fabiano Adalberto 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Diretor chama polícia para acabar com manifesto pacífico dos alunos de escola em Imbituba


ALUNOS DA ESCOLA VISCONDE DE RIO BRANCO PEDEM SOCORRO


Depois de tantos clamores e apelos para que as coisas não acontecessem desta forma, a comunidade estudantil da EEB Visconde de Rio Branco foi as ruas para dizer o quanto estão indignados com a situação da atual nomeação. São ameaças, assédio e uma verdadiera falta de profissionalismo do diretor, lá, nomeado por agentes públicos de nossa Regional. Segue abaixo relato dos alunos com fotos do manifesto hoje realizado  na referida Escola. Como se já não bastasse o uso das forças policiais contra as manifestações dos Professores, agora o Governo (Diretor é Governo) coloca as forças policiais na Escola Visconde de Rio Branco.

Rudmar Correia - Coordenador Regional SINTE Laguna

Relato na íntegra dos alunos da EEB Visconde de Rio Branco
No dia 16 de maio de 2012, mas precisamente no horário de entrada do turno matutino começou a se formar uma manifestação entre alunos, só alunos, professores não tinham conhecimento do nosso manifesto, neste manifesto queríamos reivindicar um direito nosso, o de podermos opinar na escolha da nossa diretoria, mesmo sabendo que no nosso estado essa escolha é feita através de políticos, outro motivo da nossa revolta. 


Mesmo conscientes disso, achamos que as circunstancias em que ele foi posto no cargo não foi correta, sabendo que a nossa escola, como outras, estava tumultuada e ate um pouco fragilizada com a greve de alguns professores e também com a saída das diretoras. Mas mesmo assim ressaltando que todas as possibilidades de conversa já haviam sido esgotadas e que nós alunos queremos a solução da situação em nossa escola.

Nós queríamos deixar bem claro que em momento algum estamos contra a pessoa dele, mas sim com a maneira com que ele foi posto, ate por que todos tem a consciência de que ele durante um determinado tempo, foi até um “bom” diretor.

Bom, hoje (16/05) no período da manhã, foi feito uma manifestação na qual todos tiveram o direito de falar com a imprensa local, ate o próprio (o diretor), então os alunos do período da tarde também acharam no direito de se manifestar, então se formou um grupo na frente da escola, sem baderna e sem a intenção de ofender nem agredir ninguém!

Estávamos todos na frente da escola, quando ele chegou, e deixou bem claro que iria sim ligar pra alguns pais, na hora alguns alunos se sentiram ameaçados e voltaram para escola. Um grupo de mais ou menos 35 alunos ficaram desde o inicio das aulas ate o final, gritando e tentando conversar com o mesmo, porém não foi possível.

Quando estávamos todos com cartazes na mão, volto a dizer, cartazes dos quais não tinham absolutamente nada desrespeitando, nem agredindo ninguém, chega um carro da PM e um da PPT Pelotão Polícia Tática, tudo bem até ai, por que ninguém estava fazendo nada ilegal e não tínhamos o por que de ficar com medo, então saíram quatro policias da viatura da PPT com armas calibre 12 com balas de borracha em punhos. 

Achamos essa atitude desnecessária e imprópria para o local, sendo que, no local havia alunos e não bandidos, e resolvemos comunicar ao conselho tutelar o qual encaminhou a informação até o Major que comunicou-se com as viaturas que se retiraram do local. Acrescentando que na parte da manha, houve a chegada do conselho tutelar, ouviram as duas partes e procuraram encaminhar o caso ao ministério publico.

Sendo assim relatamos o manifesto como apenas um jeito de mostrarmos nossa liberdade de expressão e assim sendo achamos desnecessárias as atitudes do atual diretor com os alunos de uma escola publica estadual.

Muitas fotos das viatura policiais tiveram que serem deletadas por exigências do comandante das viaturas.

Por favor Sr. Secretário de Educação de uma olhadinha em nossa escola, não queremos este tipo de conflito em nossa escola, nem tão pouco este diretor.

Alunos da escola Visconde de Rio Branco


Vejam as fotos: 







domingo, 18 de março de 2012

Lideranças são presas dentro de escola em BH

Júlia Raffo, presidente do Grêmio
O Grêmio do Estadual Central tem importância histórica no Estado de Minas Gerais e no movimento estudantil brasileiro. Foi palco de grandes lutas contra a Ditadura Militar, pelas Diretas Já!, e na campanha do Impeachment do ex-presidente Collor de Mello. Além disso, teve entre seus diretores o guerrilheiro Idalisio Soares Aranha e até a atual Presidente da República, Dilma Roussef. Até hoje, organiza lutas que são referência em todo o país, chegando a ser a principal escola na recente conquista do meio passe em Belo Horizonte. Porém, a direção da escola ainda reproduz os mesmos métodos fascistas do período em que o Brasil vivia sob o regime militar que governou o nosso país durante 21 anos, fazendo o possível para acabar com as mobilizações dos trabalhadores e da juventude e impedindo, através da repressão a livre organização dos estudantes.

No último dia 15 de fevereiro, diretores do Grêmio e da AMES-BH (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande BH) estavam nas dependências da escola, mobilizando os estudantes para a manifestação realizada no dia seguinte, quando foram agredidos verbal e fisicamente por funcionários da escola que queriam impedir a mobilização estudantil. Os estudantes não aceitaram as ameaças, por se tratar de abuso de poder e ação ilegal da direção da escola.

Como se não bastasse, a direção da escola chamou a policia militar para agredir e prender dentro da instituição, estudantes e menores de idade, e para dar guarida para os agressores continuarem sua truculência e tirar à força os diretores da AMES-BH e ex-diretores do Grêmio – Julia Raffo e Bruno Duarte.

Infelizmente, esse acontecimento absurdo, que nos faz lembrar os estudos sobre ditadura militar das aulas de história, não é um fato isolado no Estadual Central. Há anos, a direção da escola e alguns funcionários vêm cometendo diversas arbitrariedades e promovido atos autoritários, mostrando sua sede de controlar a consciência dos estudantes.

Mas essa política truculenta começou a ganhar espaço desde o primeiro governo do atual senador Aécio Neves e agora segue aumentando no governo de Antônio Anastasia, com o objetivo de criminalizar os movimentos sociais e as organizações populares. Ninguém pode esquecer que é este mesmo governo que se recusa a pagar o Piso Salarial nacional aos professores de Minas Gerais e que, na última greve, que durou 113 dias (quase quatro meses), gastou rios de dinheiro em propaganda mentirosa contra o SindiUTE-MG para desmoralizá-lo diante da sociedade. É essa mesma orientação que segue o Prof. Jeferson em relação ao grêmio.

O grêmio livre é lei conquistada há anos pelos estudantes. Além disso, a Ditadura Militar já acabou e junto com ela foram derrotadas também as leis que defendiam prisão de estudante que faz movimento estudantil. O Grêmio do Estadual Central e os estudantes da escola, junto com diversas outras entidades que já se solidarizaram, cobrarão das autoridades competentes respostas e soluções sobre os acontecimentos dentro da escola, que mais uma vez passaram dos limites do absurdo.

Grêmio Estudantil do Estadual Central, Belo Horizonte

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Movimento estudantil! Presente - Imagens mostram protesto e repressão em Teresina



"Imagens mostram protesto e repressão em Teresina" (Outras Palavras)

Estudantes levantam-se contra aumento das passagens de ônibus. Polícia reprime com brutalidade. Mídia nacional permanece calada. Veja as fotos
Em Sul21
Desde segunda-feira (2), estudantes e trabalhadores de Teresina (PI) protestam contra o aumento da tarifa de ônibus na capital do Piauí, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,10. Os atos públicos são diários, bloqueando o tráfego de veículos das principais ruas da cidade, e estão sendo alvo de dura repressão por parte das forças governamentais. Além da Polícia Militar, um grupo de seguranças privados contratados pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina também participa da repressão – que motiva a reação dos manifestantes, que depredaram paradas e incendiaram um ônibus.
O fotógrafo Breno Cavalcante registrou imagens dos protestos que mostram que, a despeito da violência, as manifestações contra o aumento das passagens ainda devem tomar as ruas de Teresina por um bom tempo.



















 
Fonte: http://rogeliocasado.blogspot.com/