Cansados de esperar pela reforma da quadra da escola, os estudantes da E.E. Luís Magalhães (Jd. Ângela, zona sul) convocaram uma paralisação das aulas para o período da manhã nesta quarta-feira (17/04) como forma de protesto.

Assim que soube o que os alunos estavam planejando, a diretoria da escola fez de tudo para desmontar a
mobilização estudantil.
Às vésperas da paralisação, na terça-feira, um professor passou em todas as salas botando terror – dizendo que os alunos que participassem do protesto seriam presos -, enquanto outros remarcaram suas provas para o dia seguinte. O esforço das autoridades da escola para frustrar a paralisação foi bem sucedido. No início da manhã, enquanto os estudantes e seus apoiadores preparavam batuques e cartazes para animar a luta, a Polícia Militar cercou a escola com viaturas. Com medo ou desconfiados, a maioria dos alunos entrou na aula. Para não se deixarem isolar, mesmo aqueles que insistiam na paralisação entraram também.
A tentativa de protesto, ainda assim, virou assunto de conversa nos corredores,

aumentando nos estudantes a vontade de lutar. No horário do intervalo, eles se reuniram no pátio e fizeram uma assembleia, onde decidiram que iam pedir à direção que abrisse o portão da escola para que protestassem. A resposta da diretora foi a ameaça de suspensão de uma estudante, revoltando ainda mais os alunos. Após uma negociação, a diretora autorizou um protesto na saída, desde que não bloqueassem o trânsito na Estrada do M’Boi Mirim.
E por volta das 12h30 os alunos já saíram da escola com suas faixas e cartazes nas mãos e cantando palavras de ordem. De início, só havia um carro da polícia presente no local,

o que facilitou para que os alunos tomassem uma faixa da estrada. Mas não tardou muito e o local já estava tomado pela polícia e os alunos foram para um beco de frente à escola e lá continuaram o protesto. Para piorar, além da polícia, duas professoras e a diretora também colaboravam para intimidar os alunos, mandando irem para casa. O ato terminou quando os alunos do período da tarde começaram a entrar para a escola, mas antes os estudantes (cerca de 150) tiraram uma assembléia para o dia seguinte para decidir os próximos passos do movimento, que já deu provas de sua força e só tende a se fortalecer ainda mais se depender da disposição que mostraram na manifestação.
Que a direção e o governo abram o olho, porque o nosso está bem aberto e lutaremos até o fim!